A fé presente há primórdios na humanidade vem sendo um dos sustentáculos para fazer com que os seres humanos possam acreditar que existe algo além do que os seus olhos alcançam. A fé, independente da religião professada, se constitui em um alicerce para tolerar as adversidades da vida, pois ela instila esperança na existência de dias melhores. Quando se tem fé acredita-se no poder do “Divino” e que tudo no universo tem um propósito. Não se trata de entender o que é Deus, pois esta compreensão permanece enigmática dada a nossa pequena evolução terrena. Digo pequena, pois ainda não aprendemos amar o nosso próximo, e o que dirá dos animais, que são abandonados e maltratados pelos seus próprios donos. Quantas pessoas ainda passam fome e são rejeitadas dentro desta sociedade em que o materialismo impera? Não aprendemos a perdoar, muito menos a ter gratidão diante de nossas cruzes. A dor existe, mas qual o sentido da nossa dor? As pessoas somente se queixam do mal estar e muitas querem uma saída mágica, como a “pílula da felicidade” comumente solicitada nos consultórios dos psiquiatras. As doenças e, principalmente as mentais existem, mas de nenhuma forma estou minimizando tais sofrimentos. Como tais precisam ser tratadas, mas como nos posicionamos frente a nossa dor, diria que é uma responsabilidade individual.

Em plena pandemia, observa-se que muitos de nós nos colocamos como vítimas, alegando não sermos merecedores de tantos sofrimentos e as orações são para que toda a dor acabe logo. Ao invés de refletimos sobre as necessidades de aperfeiçoamento pessoal, ou sobre o por quê deste caos todo instaurado, ou o que podemos fazer para mudar um pouco tudo isso, preferimos queixar e lamentar.  Diminuir o impacto disso tudo em nós, pode ser um caminho…Questões para se refletir…

A civilização moderna e todos os seus avanços tecnológicos vem se distanciando dos valores morais, éticos e de suas concepções religiosas, onde a fé é mais dita do que vivenciada. A medida que vamos ampliando nossa consciência, percebemos que os homens são responsáveis pelo que semeiam, e cada um tem seu próprio livre arbítrio.

Quando pensamos na importância da fé e da religiosidade, estudos têm avaliado o impacto disto em nossa saúde mental. Moreira-Almeida e colaboradores (2006) em uma publicação no Brazilian Journal of Psychiatry, ao realizarem uma revisão sistemática envolvendo 850 estudos publicados desde 2000, detectaram que níveis elevados de religiosidade são relacionados com indicadores de bem estar (maior satisfação na vida, felicidade, afeto positivo e elevada moral). Pessoas religiosas que professam de uma fé têm menos depressão, pensamentos de suicídio e comportamentos de uso/abuso de álcool e drogas. Isso demonstra que o comportamento religioso, com uma fé sustentada, nos dá maior capacidade de resiliência e aceitação.  Albert Einsten, já havia se pronunciado: “A ciência sem religião é manca, a religião sem a ciência é cega”.

O ser humano enfrenta um monte de dificuldades e, muitas vezes, esquece de almejar objetivos mais nobres para sua existência.  A religiosidade que permite o ser perseguir a sua prática religiosa, integrando as coisas do sagrado, bem como a sua fé, que consiste na coragem de acreditar em algo não provado, fazem com que aja um limite entre o que se deve fazer ou não, acarretando, por sua vez, diminuição da falência moral dos seres humanos. Neste sentido a fé raciocinada se apresenta como instrumento que torna a existência humana mais digna, permitindo assim, a aquisição de recursos para todas as situações, onde tomadas de decisões, bem como enfrentamentos, podem ser realizados com maior clareza e calma.  Nestes momentos turbulentos, onde as incertezas e o medo imperam, se apeguem a sua fé, como bálsamo para tantos sofrimentos, onde a esperança de dias melhores se faça presente!! 

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